terça-feira, 17 de janeiro de 2012

OAB anuncia desempenho das faculdades no V exame de Ordem


A OAB anunciou o ranking das faculdades que mais aprovaram no V exame de Ordem unificado. Dentre as 27 seccionais da congregação, a Bahia foi o Estado que, proporcionalmente, apresentou o melhor desempenho om um índice de aprovação de 30,64% (5.053 inscritos presentes, para 1.548 aprovados).
A média nacional de aprovados foi de 24,5%. Em todo o país, o exame contou com um total de 106.086 candidatos presentes, dos quais 26.010 passaram e vão receber a carteira profissional da OAB.
Em segundo lugar ficou o Estado de SC, que obteve um índice de 29,09% de aprovação dos seus 3.696 inscritos presentes. O RS, com 28,78% de aprovados, pontuou em terceiro lugar na classificação dos Estados que mais aprovaram. RJ (28,27% de aprovados, para 9.606 candidatos) e MG (27,63% de aprovados, para 11.312 candidatos), Estados que têm grande número de bacharéis e faculdades, ocuparam respectivamente o quarto e quinto lugares nos índices de aprovação.
Maior Estado do país e campeão no número de candidatos inscritos que realizaram o exame (23.081), SP ocupou o décimo nono lugar em aprovação dentre as 27 unidades da federação, aprovando 20,74% dos candidatos. Capital da República, o DF também teve desempenho abaixo da média nacional, com aprovação de 22,80% dos seus 4.416 inscritos presentes.
Ainda de acordo com os dados do desempenho do V exame unificado da OAB, as faculdades públicas se destacaram entre as 20 melhores instituições de ensino do Direito no país. Foram avaliadas todas as faculdades (públicas e privadas) que tiveram inscritos, cada uma, pelo menos 20 candidatos ao teste. As 20 melhores tiveram índice de aprovação superior a 65,16% e, destas, 98% compuseram o último selo de qualidade do programa OAB Recomenda.
Pela ordem, as que mais se destacaram, em termos porcentuais de aprovados:
  • Universidade Federal do Espírito Santo (80,60);
  • Universidade Federal de Pernambuco (78,57);
  • Universidade Federal de Minas Gerais (77,89);
  • Universidade Federal do Ceará (77,05);
  • Universidade Federal de Juiz de Fora (76,12);
  • Universidade Federal de Pelotas (74,67);
  • Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (73,81);
  • Universidade de São Paulo (72,05);
  • Universidade Federal do Paraná (71,64);
  • Universidade de Federal de Santa Catarina (70,51);
  • Universidade Federal de Viçosa (69,57);
  • Fundação Universidade Federal do Rio Grande (69,44);
  • Universidade Federal do Estado da Bahia (69,23);
  • Universidade Federal do Rio Grande do Norte (68,75);
  • Universidade Federal da Bahia (68,14);
  • Universidade Federal da Paraíba (66,67);
  • Universidade Estadual de Montes Claros (66,67);
  • Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (66,18);
  • Universidade Federal do Rio Grande do Sul (66,13);
  • Universidade do Estado do Rio de Janeiro (65,16).
De acordo com Ophir Cavalcante, presidente nacional da OAB, apesar de o índice de aprovação estar ainda longe do ideal, houve um significativo avanço em relação ao desempenho dos exames de Ordem unificados de anos anteriores. Isto se deve, conforme observou, não apenas a uma acentuada melhora na formulação, organização e aplicação das provas em todo o país, como também ao crescente interesse dos próprios estudantes, que vêm superando as dificuldades resultantes da baixa qualidade que ainda é observada na maioria dos cursos. "O exame de Ordem é termômetro para aferir a qualidade do ensino jurídico brasileiro, e como tal serve de referência para a comunidade acadêmica, não apenas a jurídica, no sentido de oferecer subsídios para melhor qualificar os futuros profissionais de Direito", afirmou o presidente Ophir.

PÉROLAS DO ENEM

DIVIRTAM-SE OU CHOREM.


*’O sero mano tem uma missão…’*

(A minha, por exemplo, é ter que ler isso!)

*’O Euninho já provocou secas e enchentes calamitosas. .’*

(Levei uns minutos para identificar o El Niño…)

*’O problema ainda é maior se tratando da camada Diozanio!’*

(Eu não sabia que a camada tinha esse nome bonito)

*’A situação tende a piorar: o madereiros da Amazônia destroem a Mata

Atlântica da região.’*

(E além de tudo, viajam pra caramba, hein?)

*Não preserve apenas o meio ambiente e sim todo ele.’*

(Faz sentido)

*’O grande problema do Rio Amazonas é a pesca dos peixes’*

(Achei que fosse a pesca dos pássaros.)

*’É um problema de muita gravidez.’*

(Com certeza….se seu pai usasse camisinha, não leríamos isso!)

*’A AIDS é transmitida pelo mosquito AIDES EGIPSIO.’*

(Sem comentário)

*’Já está muito de difíciu de achar os pandas na Amazônia’*

(Que pena. Também ursos e elefantes sumiram de lá)

*’A natureza brasileira tem 500 anos e já esta quase se acabando’*

(Foi trazida nas caravelas, certo ?)

*’O cerumano no mesmo tempo que constrói, também destroi, pois nos temos

que nos unir para realizarmos parcerias juntos..’*

(Não conte comigo)

*’Na verdade, nem todo desmatamento é tão ruim. Por exemplo, o do Aeds

Egipte seria um bom beneficácio **para o Brasil’*

(Vamos trocar as fumaças pelas moto-serras)

*…. menos desmatamentos, mais florestas arborizadas. *

(Concordo! De florestas não arborizadas, basta o Saara!)

*’Isso tudo é devido ao raios ultra-violentos que recebemos todo dia.’ *

(Meu Deus… Haja pára-raio!)

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O DIABO SEMPRE RECEBE SUAS DÍVIDAS.


Esse foi o tema de uma excelente palestra que assisti ontem numa reunião que participei.
         Num primeiro momento, o tema parece agressivo e nefasto, mas se você se dispuser a ler um pouco mais, vai entender que isso, na verdade é uma informação valiosíssima para atravessarmos bem essa jornada chamada vida!
         Pra começar, isso não tem nada a ver com religião ou coisa parecida, Maquiavel dizia que “ a religião tem sido o grande mal da sociedade, que tem criado homens sem caráter, preguiçosos e invejosos, quando alguma coisa dá certo o crédito vai para as suas boas ações e ele se sente especial, quando dá errado (fruto da sua própria conduta de vida, ou os frutos que ele semeou) a culpa e o crédito recai diretamente sobre o diabo).  
        Vamos entender que o diabo não é um ser físico, nem tampouco pertence a esse mundo que conhecemos, ele não fica aparecendo pra oferecer seus serviços pra ninguém, sempre é alguém que vai a busca dele, partindo desse principio ele é uma entidade inerte, fica lá, parado na dele, nunca ninguém viu, testemunhou ele pilotando um tanque de guerra, disparando um arma de fogo, ou tentando destruir efetivamente a vida de ninguém, sempre tem que haver a participação de algum ser humano, ele nem sequer se deu o trabalho de pegar o fruto proibido, descascar e oferecer a Eva (vide queda no paraíso), ela já tinha até orientação de não se aproximar da árvore, mas o que ela fez, foi até onde estava o fruto e ficou admirando, a intenção já estava no seu coração, o diabo só potencializou essa vontade, e ela com suas próprias mãos pegou o fruto e comeu.
          Essa é a moeda do diabo, maldade (fugi da aparência do mal, deve ser familiar pra muita gente essa frase). Ele empresta a maldade dele sem distinção e sem limites, não tem consulta a SPS, CERASA. É como essa moeda parece valiosíssima pra algumas pessoas, afinal tem que ache melhor invejar que é, do que tentar ser também, melhor roubar e fugir do trabalho, do que trabalhar e produzir, melhor amealhar títulos fajutos, (pastor, bispo, apóstolo, - Essa é a melhor Dr. Em Divindades, etc...) do que aprender com quem sabe e se submeter a testes e avaliações que perduram por centenas de anos e universidade e instituições sérias.
 - Reconhecidos por quem mesmo? (tenta ver os frutos)
Só que lá embaixo do contrato nas entrelinhas em letras bem miúdas estão as taxas de juros, são escorchantes, abusivas e não tem negociação, a garantia a sua vida e o premio, a sua alma.
          Não se esqueça o diabo sempre recebe suas dívidas, se você está devendo maldade, covardia, dissenção, não se preocupe, ele não cobrou ainda por que o juros ainda estão baixos, no momento certo ele vem cobrar, e vai ser na hora em que você mais vai estar precisando.

Obs.: É claro que a palestra teve um conteúdo muito mais rico e extenso. Tentei resumir aqui o que foi possível. E Como participo de um grupo fraterno, tomei o cuidado de enviar o texto antes para que fosse aprovado a sua publicação. Um abraço fraterno aos meus companheiros, e que todos tenha um dia Justo e Perfeito.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Nesse artigo você irá conferir os grandes lideres que chegaram ao poder, criaram até novos países (em alguns casos) e marcaram a história mundial.

10 • VIRACASACAS
Jean-Jacques dessalines (1758-1806)
Quando: 1804
Afetou: 430 mil pessoas

Anos antes dos movimentos de independência daAmérica Latina, um escravo nascido em Guiné venceuas tropas de Napoleão e transformou o Haitiem um país independente. Dessalines envolveu-secom grupos armados na adolescência e foi aclamado como imperador do novo país em 1804. Morreu dois anos depois, com fama de ditador, tentando conter um grupo de rebeldes.


9 • LIBERTADOR DA AMÉRICA
Simon Bolívar (1873-1930)
Quando: 1819
Afetou: 2,4 milhões de pessoas

Bolívar ajudou a libertar seis países (Bolívia, Colômbia, Equador, Panamá, Venezuela e Peru). Além de liderar os exércitos locais contra a Espanha, ele também idealizou um país democrático, a Grã-Colômbia, que reunia os atuais Panamá, Venezuela, Equador e Colômbia. A nação surgiu em 1919 e rachou após sua morte.


8 • DERROTADO E INFLUENTE
Maximilien de Robespierre (1758-1794)
Quando: 1789
Afetou: 2,8 milhões de pessoas

Nenhum outro movimento foi tão influente quanto a Revolução Francesa, que teve este intelectual entre seus principais líderes. Curiosamente, na própria França, o movimento durou pouco, provocou milhares de mortes na guilhotina e acabou com Napoleão assumindo o poder. Mas os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade permaneceram.


7 • MANTEVE A TERNURA
Fidel Castro (1926-)
Quando: 1959
Afetou: 5,8 milhões de pessoas

Uma revolução é um movimento popular organizado para derrubar um governo – definição perfeita para a turma do Fidel. Começando com apenas 82 pessoas, ele atravessou Cuba, angariou apoio e chegou ao poder. O companheiro Che Guevara tentou repetir o exemplo no Congo e na Bolívia sem sucesso.


6 • O DONO DA CIDADE
George Washington (1732-1799)
Quando: 1776
Afetou: 2,5 milhões de pessoas

Após a guerra pela independência, o grande líder militar dos EUA foi também o primeiro presidente da nova nação. Para garantir que o país não fosse invadido, não se desmembrasse e também não se transformasse em uma federação, ele recorreu a toda a sua habilidade política. De quebra, ainda escolheu o lugar para construir a capital, batizada em sua homenagem.


5 • LIBERDADE OU MORTE
Guilherme de Orange (1533-1584)
Quando: 1579
Afetou: 2,4 milhões de pessoas

Se Holanda e Bélgica são hoje nações autônomas, é por obra deste homem. Orange iniciou o movimento para vencer o exército da Espanha, um dos mais poderosos da época. Ele morreu antes de ver os Países Baixos conseguirem a independência definitiva, que só viria em 1648. A bandeira de sua família inspirou a da Holanda.


4 • REVOLUÇÃO TIRÂNICA
Mao tsé-tung (1893-1976)
Quando: 1949
Afetou: 541 milhões de pessoas

Nem todo revolucionário é democrático – ele pode chegar ao poder com apoio popular e depois instalar uma ditadura. Foi o que aconteceu com Mao. O líder começou a reunir simpatizantes na China em 1927, atravessou o país na década de 1930 e apenas em 1949 levou os comunistas ao controle da nação. Ficou no poder até o fim de sua vida e foi o responsável direto pela morte de estimados 50 milhões de pessoas.


3 • VITÓRIA PELA PAZ
Mahatma Gandhi (1869-1948)
Quando: 1947
Afetou: 350 milhões de pessoas

É difícil imaginar uma revolução sem guerra, mas ele conseguiu. Com a política de não-violência, que durou 20 anos e o levou a encarar a prisão várias vezes, ele mobilizou a opinião pública internacional e criou condições políticas que permitiram que a Índia se tornasse independente depois de nove décadas dominada pelos ingleses.


2 • FOICE E MARTELO
Vladimir Lênin (1870-1924)
Quando: 1917
Afetou: 150 milhões de pessoas

Muitos dos maiores líderes da história não eram militares, mas intelectuais bons de papo, que conseguiam mobilizar as pessoas. Lênin era um jovem sem interesse por política e com uma carreira garantida na Rússia dos czares. Aos 16 anos, quando seu irmão foi preso por tentar matar o imperador Alexandre III, ele adotou o marxismo e liderou a revolução mais influente do século 20.


1 • UM GRANDE IMPERADOR
Júlio César (100-44 a.C.)
Quando: 44 a.C.
Afetou: 45 milhões de pessoas

Após vencer uma longa guerra civil contra o senador Pompeu, ele transformou a República Romana num império que só iria acabar oficialmente no ano 476. Foi uma mudança tão radical que levou os romanos, já muito poderosos, a reforçar seu exército e ocupar lugares tão distantes quanto a Inglaterra. Após 14 anos de governo e de grande popularidade, César foi assassinado, mas permaneceu influente: Roma continuou se expandindo e ajudou a moldar o Ocidente como nós o conhecemos.

fonte: http://www.mundodse.com/2012/01/top-10-maiores-revolucionarios-do-mundo.html#more

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Eliana Calmon: uma mulher contra a corrupção

Segundo reportagem recentemente publicada pelo jornal O Globo, tramitam atualmente no Judiciário do país cerca de 15 mil ações cíveis visando reparar o Estado pela conduta desonesta e o enriquecimento ilícito de seus agentes quando no exercício da função pública, que são os chamados processos por "improbidade administrativa" (7.607 nos tribunais federais e superiores e outros oito mil nas cortes estaduais).

Pouquíssimos são julgados. No ano passado, apenas 1,1 mil casos tiveram sentenças definitivas. Além da conhecida inércia do aparelho Judiciário, a morosidade acontece porque os juízes perderam mais tempo analisando recursos e apelações, cerca de 28 mil nos demais processos por improbidade, como informa o Conselho Nacional de Justiça - CNJ, com base em dados fornecidos pelos próprios tribunais até agosto deste ano. Mais difícil ainda é a conclusão de um processo por corrupção e lavagem de dinheiro, crimes que caminham lado a lado quando a fraude é contra o Estado.

Raros são os casos julgados em menos de uma década, como ocorre nos Estados Unidos, por exemplo, onde o ex-banqueiro Bernard Madoff, acusado de fraude contra o Estado e o sistema financeiro, mesmo com 71 anos de idade, foi condenado a 150 anos de prisão por lavar dinheiro e falsear balanços numa pirâmide financeira de US$ 63 bilhões, que lesou sócios no mundo inteiro, inclusive no Brasil (no fundo Fairfield Greenwich). A sentença de Madoff saiu em menos de um ano.

Aliás, qualquer tentativa de comparação do nosso sistema judicial com o americano, não posso esquecer o data venia, seria ridícula. Em 2010, por exemplo, os tribunais brasileiros emitiram apenas 416 sentenças definitivas em crimes de corrupção e 547 em casos de lavagem de dinheiro, o que representa cerca de 10% da média anual da Justiça americana.

As próprias estatísticas judiciais, captadas em pesquisas de opinião como as da Transparência Internacional, atestam a impunidade no país. Na última delas, o Brasil mais se parece a Ruanda, nos Grandes Lagos africanos, e Vanatu, na Melanésia, do que com os seus vizinhos Chile e Uruguai. Simplesmente vergonhoso!

Os tribunais superiores brasileiros, federais e estaduais, têm 5.354 processos criminais por corrupção em andamento. Num país com mais de dez milhões inscritos na folha da União, de estados e prefeituras, significa um processo por grupo de mil servidores. Na média, foram abertos 15 novos casos por dia durante o ano passado. A maior parte (60%) começou na Justiça estadual e teve como réus ocupantes de cargos médios da administração pública. Nestes casos, políticos e altos burocratas, justamente os maiores corruptos, são absoluta minoria, o que reflete o predomínio de influência das elites estaduais. Em Rondônia, por exemplo, um ex-senador do PMDB (tinha que ser!), Mário Calixto, coleciona 146 processos e uma infinidade de condenações, inclusive por corrupção. Se ele foi preso? Claro que sim! Uma única vez, por apenas 45 dias...

O maior exemplo da impunidade no país está aqui: juntos, os tribunais de Estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os mais ricos da Federação, têm apenas 801 processos por corrupção em andamento, em flagrante contraste com o Rio Grande do Sul, que sozinho mantém 579, o que ao menos nos números sugere menor tolerância com a impunidade. São Paulo deve ser o Estado menos corrupto do país, o que se conclui pela quantidade de processos por corrupção que lá tramitam (apenas 17) e os raros julgamentos (no ano passado houve apenas 1). Em compensação, os recursos proliferam: média de 315 para cada processo.

No Judiciário de Brasília, onde se instalou o maior antro de corrupção de que se tem notícia, só há 50 processos em andamento. Roraima tem 2, o Amazonas 6, o Acre 9 e Goiás 34. Uma festa para quem se alimenta do erário público!

Jorge Hage, ministro-chefe da Controladoria Geral da União, até anda comemorando um recorde: nos últimos 12 meses, a média de êxito nas ações de recuperação foi de 15% dos casos julgados, somando R$ 330 milhões - índice que há 4 anos era de apenas 1%. E ele desabafa:

- É quase impossível, hoje, ver um processo condenatório chegar ao fim no Brasil. Um bom advogado pode impedir, por 10 ou 20 anos, uma sentença condenatória. E são justamente os criminosos engravatados - não é o criminoso comum - que podem pagar os melhores advogados.

Com tanto trabalho por fazer e prateleiras abarrotadas por processos de corrupção (ou "malfeitos", como prefere a nossa gentil presidente) nascidos em gabinetes de ministros que acabam não respondendo criminalmente por seus atos, e desembocando até mesmo na merenda escolar, o que tira o pão da boca de milhares de crianças miseráveis que quase sempre vão à escola menos para estudar e mais para comer, o Supremo Tribunal Federal - STF e as associações de magistrados abdicam de suas funções para tentar barrar o trabalho de Eliana Calmon, a Corregedora Nacional de Justiça, que se dispôs a afastar (e enfiar na cadeia, se possível) os corruptos de gravatas e de togas.

A pressão é grande, e não sei até onde a brava Eliana vai resistir. Mas o que a sociedade precisa saber, é que o Conselho Nacional de Justiça é uma instituição republicana, cuja existência muito tem contribuído para o aperfeiçoamento do Judiciário brasileiro.

Ao criar o órgão, a Constituição Federal atribuiu-lhe competência plena para o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes (parágrafo 4º, artigo 103-B), sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais (inciso III, parágrafo 4º, artigo 103).

Logo, ele não é mera instância recursal de decisões oriundas das corregedorias regionais, sendo clara a sua competência concorrente para apuração de infrações disciplinares cometidas em todos os tribunais do país, interpretação que vem apavorando parte da magistratura e do Poder Judiciário, que com as últimas iniciativas tentam desviar o foco da questão central, que é a necessidade de prevalência de sua competência constitucional.

As repúblicas, e a brasileira não é exceção, são baseadas em um regime de  responsabilidades, e todo o excesso ou desvio deve ser apurado, respeitado, obviamente, o devido processo legal, também imposição constitucional. Por isso, nenhuma autoridade está imune à verificação da correção de seus atos, razão pela qual é fundamental que se preserve a competência concorrente do Conselho Nacional de Justiça para a apuração, em respeito ao cidadão brasileiro, de todo e qualquer desvio ético e recebimento de valores por parte de Magistrados, explicando-se à sociedade de onde eles vieram e a razão do pagamento. Talvez seja essa transparência que esteja tirando o sono dos que hoje se batem contra Eliana Calmon, que além de Corregedora Nacional da Justiça, também é Ministra do Superior Tribunal de Justiça - STJ, e claro, conhece bem os labirintos por onde caminhou até aqui.

Aliás, outros dados interessantes foram mostrados hoje (29/12) pelo jornal O Globo.

Amanhã (30/12), o Conselho Nacional de Justiça - CNJ completa 7 anos de criação, e de lá para cá já condenou 49 magistrados, sendo 24 punidos com aposentadoria compulsória (é o que diz a lei, infelizmente); 15 afastados em decisões liminares; 6 colocados à disposição (o que significa que não podem julgar); 2 removidos de seus postos originais e 2 censurados. A maior parte dessas condenações (38), nasceram de processos iniciados no próprio CNJ. Apenas 11 são originários das corregedorias dos tribunais de todo o país. É preciso dizer mais alguma coisa?

Na verdade, Eliana Calmon tem dois grandes e imperdoáveis defeito: ela acredita que a lei deve ser cumprida e fala o que pensa. Por isso está com a popularidade zerada entre seus colegas.

Quando disse que o Judiciário sofre de “gravíssimos problemas” causados pela “infiltração de bandidos escondidos atrás da toga”, referindo-se às denúncias de corrupção entre juízes, desembargadores ou ministros dos tribunais superiores, o que é de conhecimento público e notório, fez dirigir contra si a ira de Cezar Peluso, presidente do Supremo Tribunal Federal, que declarou-se “indignado”, não com os bandidos que porventura habitam nas Côrtes judiciais, mas com Eliana. Segundo ele, o que ela disse era uma “ameaça à democracia”, e assegurou que em 40 anos de carreira nunca tinha visto “coisa tão grave”. Eu também, em mais de 50 anos de vida e 23 de exercício da advocacia, nunca tinha visto uma mulher com a coragem da baiana Eliana Calmon e a hipocrisia de Cezar Peluso e seus parceiros.

Aliás, esse é o tratamento que o indivíduo de comportamento reto recebe hoje no Brasil, onde os honestos, os éticos, os cumpridores da lei, são considerados exceções. É por esse comportamento, pelo tipo de atitude tomada por Cezar Peluso e outros membros da maior Côrte de Justiça do país, que o Judiciário brasileiro atravessa sua pior fase, tornando-se, ele sim, uma ameaça à democracia e à integridade do próprio Estado de Direito, que começa a ser fustigado pelo crime, inibindo a ação de milhares de juízes honestos, que ainda são maioria, mas que podem perder a vida por causa da integridade do seu atuar, como aconteceu com Patricia Acioli, a jovem juíza fluminense assassinada com 21 tiros em agosto último, por aplicar a lei contra o crime organizado.

O perfil de Eliana Calmon começou a se desenhar, e claro, a desagradar as cúpulas de parte dos  tribunais do país, a partir das respostas que ela deu a algumas perguntas que lhe foram feitas em um entrevista concedida à Revista Veja:


Veja - Por que nos últimos anos pipocaram tantas denúncias de corrupção no Judiciário?

Eliana Calmon - Durante anos, ninguém tomou conta dos juízes, pouco se fiscalizou. A corrupção começa embaixo. Não é incomum um desembargador corrupto usar o juiz de primeira instância como escudo para suas ações. Ele telefona para o juiz e lhe pede uma liminar, um habeas corpus ou uma sentença. Os juízes que se sujeitam a isso são candidatos naturais a futuras promoções. Os que se negam a fazer esse tipo de coisa, os corretos, ficam onde estão.

Veja - A senhora quer dizer que a ascensão funcional na magistratura depende dessa troca de favores?

Eliana Calmon - O ideal seria que as promoções acontecessem por mérito. Hoje é a política que define o preenchimento de vagas nos tribunais superiores, por exemplo. Os piores magistrados terminam sendo os mais louvados. O ignorante, o despreparado, não cria problema com ninguém porque sabe que num embate ele levará a pior. Esse chegará ao topo do Judiciário.

Veja - Esse problema atinge também os tribunais superiores, onde as nomeações são feitas pelo presidente da República?

Eliana Calmon - Estamos falando de outra questão muito séria. É como o braço político se infiltra no Poder Judiciário. Recentemente, para atender a um pedido político, o STJ chegou à conclusão de que denúncia anônima não pode ser considerada pelo tribunal.

Veja - Mas a senhora, como todos os demais ministros, chegou ao STJ por meio desse mecanismo.

Eliana Calmon - Certa vez me perguntaram se eu tinha padrinhos políticos. Eu disse: “Claro, se não tivesse, não estaria aqui”. Eu sou fruto de um sistema. Para entrar num tribunal como o STJ, seu nome tem de primeiro passar pelo crivo dos ministros, depois do presidente da República e ainda do Senado. O ministro escolhido sai devendo a todo mundo.

Veja - No caso da senhora, alguém já tentou cobrar a fatura depois?

Eliana Calmon - Nunca. Eles têm medo desse meu jeito. Eu não sou a única rebelde nesse sistema, mas sou uma rebelde que fala. Há colegas que, quando chegam para montar o gabinete, não têm o direito de escolher um assessor sequer, porque já está tudo preenchido por indicação política.
Vocês já viram algum sujeito "muito macho" fazer esse tipo de afirmação? Já imaginaram essa mulher puxando os fios de algumas meadas obscuras que existem no Judiciário desse Brasil afora? Por isso, a gritaria é geral. Por isso, querem restringir os poderes de investigação do Conselho Nacional de Justiça, reservando-os para as corregedorias locais, o que será o mesmo que entregar a chave do galinheiro à raposa, permitindo que os "malfeitos" sejam analisados sob a visão corporativista que aplaca e esconde as práticas irregulares, inclusive a corrupção.

Se isso não bastasse, que maior legitimidade se pode querer para o Conselho Nacional de Justiça além daquela que vem da aprovação da sociedade? Será que alguém imagina que uma ou duas decisões judiciais vão fazer com que o povo brasileiro acredite mais ou menos na atuação das corregedorias dos tribunais? Quem você acha que hoje tem o respeito da voz que vem das ruas: Eliana Calmon, Cezar Peluso ou os juízes que representam os interesses corporativistas de suas associações? Essas vozes até podem ser amordaçadas por algum tempo, mas como não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe, um dia a grita vai ser geral, e a casa, com absoluta certeza, vai cair!...

 
Powered by Blogger